DESENVOLVIMENTO DE PREPARADOS EM PÓ PARA BEBIDAS DO TIPO “SHAKE” COM INSETOS COMESTÍVEIS DE ALTO TEOR PROTEICO: GROMPHADORHINA PORTENTOSA (SCHAUM, 1853) – BLATTODEA: BLABERIDAE; BOMBYX MORI LINNAEUS, 1758 – LEPIDOPTERA: BOMBYCIDAE)
DOI:
https://doi.org/10.61184/ift.v3i1.9Keywords:
Gromphadorhina portentosa, Bombix mori, composição nutricional, análise microbiológicaAbstract
Este estudo objetivou elaborar propostas de preparados em pós para bebidas do tipo shake, com o aproveitamento total de uma farinha constituída de baratas-de-madagáscar e bichos-da-seda desidratados, para potencializar os teores de proteínas, visando combater a desnutrição e o desequilíbrio alimentar que podem desencadear distúrbios fisiológicos. Os insetos desidratados foram triturados em multiprocessador até obtenção de farinha de fina granulometria. Foram realizadas as seguintes análises químicas destas farinhas: determinação do teor de acidez total titulável, umidade, matéria seca, cinzas, proteínas, fibras, lipídios, carboidratos e valor calórico total. Análises microbiológicas das farinhas de insetos foram realizadas com contagem de microrganismos do grupo coliformes totais e termotolerantes, mesófilos aeróbios, bolores e leveduras. Os ingredientes para a elaboração dos preparados em pó para a bebida do tipo shake foram medidos e homogeneizados em multiprocessador, acondicionados em embalagem hermética e armazenado em local fresco para conservação do produto. Para elaboração das bebidas, calculou-se a quantidade de 25g da mistura em pó para ser dissolvido em 250mL de água. Os resultados das análises químicas das farinhas de barata-de-madagáscar e bicho-da-seda resultaram em 1,11 e 2,13g 100g-1 de acidez total; 6,37 e 3,01 g 100g-1 de umidade; 93,63 e 96,99g 100g-1 de matéria seca; 2,30 e 1,89g 100g-1 de cinzas, 37,07 e 21,36 g 100g-1 de proteínas; 25,10 e 30,54g 100g-1 de lipídios, 29,16 e 43,20g 100g-1 de carboidratos e 11,13 e 17,83g 100g-1 de fibras totais, respectivamente. O valor calórico variou de 490,82 a 533,10 kcal 100g-1 para as farinhas de barata-de-madagáscar e de bicho-da-seda, respectivamente. As análises microbiológicas indicaram que as farinhas de insetos para elaboração dos preparados em pó do tipo shake apresentaram valores aceitáveis de contagem de microrganismos. Os resultados obtidos indicaram que as farinhas dessas espécies possuem um perfil nutricional e microbiológico adequado à composição do preparado em pós para bebida do tipo shake.
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